05/12/2009

Isócrates contra os sofistas



Isócrates contra os sofistas


Magritte, A condição humana, 1935

“Quem, de fato, não detestaria e não desprezaria em primeiro lugar os que se entregam às discussões? Eles fingem buscar a verdade (alétheia), mas desde o início de seu programa põem-se a mentir. Com efeito, na minha opinião, é evidente para todos que prever o futuro não é próprio da nossa natureza: estamos tão longe de uma tal presciência (phronesis) que Homero, o homem mais ilustre por sua sabedoria, representou algumas vezes os deuses deliberando sobre o futuro: não que ele conhecesse seus pensamentos, mas porque queria nos indicar que para os homens isso é uma coisa impossível.” [ISOCRATES, Contra os Sofistas]


Isócrates ao escrever o trecho acima se posicionou contrario a dialética, um método de investigação filosófica baseado em perguntas e respostas usado pelos erísticos. E anti-socrático ele menospreza o valor dado à especulação pelos investigadores do conceito.
Isócrates se posicionou a respeito dos debates filosóficos em uma época em que a arte estava a serviço da busca da beleza e da perfeição. Se Isócrates fosse eterno como alguns deuses homéricos, talvez, perceberia que o tropeço de uma arte que se punha narcisista foi justamente se colocar em frente ao espelho que nada mais é que a ilusão que pretende dizer a verdade.
A arte se põe dialética neste confronto especulativo entre obra e fruidor, onde as perguntas afloram de ambos os lados e as respostas, relativas, co-existem entre os instáveis universos da verdade e mentira. É um processo bilateral, ao contrário do enigma da esfinge que devora quem não responde, a arte de antemão dá seu aviso: Deciframo-nos e devoramo-nos. Como cosmos, antes separados, mas, que se fazem uno.
Dialéticamente surge a questão a espera de suas verdades, ou verdades-quase-mentiras ou mentiras-que-contém-verdades: A arte pretende investigar a verdade?
Gombrich dá uma pista de como a arte se posta perante os homens em seu livro Arte e Ilusão:

“Se toda a arte é conceitual, então a questão é simples. Porque os conceitos, como as pinturas, não podem ser verdadeiros ou falsos. Podem ser apenas mais ou menos úteis à formação de descrições”.[GOMBRICH, 1995, P95]

Por Marcio Rogério Ferreira de Souza

2007© Marcio R. Gotland
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