Olá tripulantes, tudo bem com vocês?
Confesso que estou feliz com o aumento da participação de leitores no blog, afinal, quem trabalha espera o resultado de seu labor. Escrevi este artigo porque sinto que há um grande desconhecimento sobra a literatura japonesa, o que é compreendido, visto que a literatura de língua inglesa tem dominado o mercado nacional.
Confiram um pouco da história e da origem da literatura japonesa escrita, não da literatura em sua dimensão ampla, pois, a oralidade existe desde que o homem se comunica através da fala:
Quando os japoneses passaram a utilizar o conjunto pictográfico de escrita chinesa, conhecido como Konji, por volta do séc. XIII, no período Nara, o primeiro impulso para o inicio do que se tornaria a literatura japonesa foi dado.
A partir de um projeto do governo, foram produzidos Kojiki em 712 e Nihon Shoki em 720, o primeiro é um conjunto de mitos, histórias e lendas e o segundo cita fatos históricos do Japão. Em 905, o imperador patrocinou a publicação do Kokin Wakashu, coleção de poemas dos tempos antigos e modernos.
No período Heian (Aproximadamente 1100 d.c), o uso do Hiraganá, um alfabeto silábico e fonético baseado nos símbolos chineses, tornou-se comum. Nesta época fora escrita a primeira novela japonesa: Genji Monogatari pela dama da corte Murasaki Shikibu. As “damas da corte” formam o grosso das autoras da época.
Fragmentos de Genji Monogatari |
Na segunda metade do séc. XIII. período Kamakura-Muromachi, uma das obras mais importantes é Heiki Monogatari, conta histórias das guerras que envolveram os Tairas e o Clã Minamoto, uma obra que explora a melancolia e tristes cenas de batalhas.
Ukiyo-e que ilustra Heiki Monogatari |
O budismo e a reflexão sobre as incertezas influenciaram a literatura antiga no Japão. Shobogenzo, o Tesouro do Verdadeiro Olho de Dharma, um texto budista que reflete a sabedoria Zen foi escrito nesse período. A literatura antiga japonesa teve, na sua grande maioria, o objetivo de ensinar uma filosofia de vida.
No período Edo a literatura se tornou importante para a troca de informações na sociedade japonesa e foi utilizada no teatro Kabuki, um dos mais expressivos na cultura nipônica. O contato com a literatura estrangeira modificou a forma como os japoneses escreviam no período Meiji, o sofrimento causado ao Japão no processo de modernização era um tema muito explorado, no inicio do séc. XX, o Naturalismo predominou e surgiram movimentos literários menos expressivos como a literatura proletária e o neo-sensualismo.
Diferente dos ocidentais, que tiveram como fundamentos de sua literatura o estilo grego: Tragédia e comédia e estão habituados a uma linha de narrativa que busca prender a atenção do leitor a fim de explorar o desfecho como fato mais importante e decisivo da história, os japoneses se acostumaram com uma literatura que ensina através da vida dos personagens, não dando grande importância ao seu final.
O best seller 1Q84 de Harumi Murakami |
Aquela busca ansiosa que temos pela catarse, que serve como o gatilho que escritores procuram em nosso âmago, não acontece da mesma forma para o leitor japonês. No lugar de uma grande explosão que encerra o conto, eles preferem pequenas explosões que abram um caminho para o saber mais da vida.
Referências:
Luyten, Sonia Bibe. O poder dos quadrinhos japoneses. São Paulo. Hedra. 2000,
Junior, José Augusto Dias/ Roubicek, Rafael. O Brilho de mil sóis. São Paulo, Ática.1994.
Filho, Fazoli Filho. Japão formando gerações. São Paulo. Letras & Letras. 1999.
Junior, José Augusto Dias/ Roubicek, Rafael. O Brilho de mil sóis. São Paulo, Ática.1994.
Filho, Fazoli Filho. Japão formando gerações. São Paulo. Letras & Letras. 1999.
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Abraço, até o próximo post!
Marcio. R. Gotland
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