08/02/2014

História do Desenho: Japão


Olá Tripulantes, tudo bem?

Esse post inaugura uma série denominada: História do Desenho. Como o indica o título, tais artigos têm como propósito iniciar uma conversa sobre a origem do desenho em diferentes civilizações. Vale ressaltar a importância do estudo da história da arte para aqueles que apreciam e, principalmente, para aqueles que produzem. Um ilustrador precisa enriquecer seu repertório e com certeza, deve dedicar um tempo de seus estudos para esse campo de conhecimento, assim, poderá derrubar mitos recorrentes no campo da ilustração e evitar os chamados "apagões criativos", um mal do qual nenhum artista está livre, mas, que ataca com maior intensidade aqueles com repertório pobre.

Então, vamos ao artigo:

História do Desenho: Japão


Em meados de 7500 a.c à 300 a.c, o período denominado como Jamon, o povo da ilha do sol nascente desenvolvia cerâmicas sem pintura e figuras de argila, conhecidas como dogu, antropomorfas (figuras com formas de homens) e zoomorfas (figuras com formas de animais).


De 300 a.c à 300 d.c, o período Yayoi, surgem os primeiros desenhos geometrizados em louças de barro.
Do período Kofun ou Tumulus (300-500) ao Asuka (500-710) o contato com a cultura coreana através da introdução do budismo no Japão influenciou a arte japonesa na construção de templos.

No período Heian (794-1185) o Japão passa a desenvolver sua pintura, os Yamato-ê e os emaku; Rolos ilustrados com versos e prosas foram produzidos neste período, o principal deles é o Chojugiga, feito por Kakuyu Toba, um bonzo; além de biografias e histórias ilustradas.


O contato com a China influenciou na pintura do período Muromachi (1185-1573) que passou a ser produzida com tinta, (Os chineses são os prováveis criadores do papel, do pincel e de uma tinta feita com fuligem de caroço de pessego, conhecida como nanquim); Neste período os portugueses aportaram na ilha.

No período Momoyama (1573-1603), o Japão foi unificado por Oda Nobunaga. Os biombos e portas de correr dos castelos dos senhores guerreiros eram enfeitados com pinturas que exploravam temas como a bravura; O contato com os europeus e o comercio é uma das características desta Era. O desenho japonês foi influenciado pelo contato com os coreanos e chineses, pelo budismo, pelo estilo Tang e a filosofia Zen. Características presentes até os dias atuais na arte nipônica.



O período Edo (1603-1868) foi caracterizado pelo isolamento do País, o desenvolvimento da arte foi diferente nos únicos locais onde se desenvolveu o comercio: Osaka e Edo, atualmente Tóquio. As obras mais importantes são as gravuras de Hokusai e Ando Hiroshige, onde se percebe o uso da perspectiva, introduzido por europeus no único porto aberto ao comercio exterior: Nagasaki. Também foram produzidos os chamados ukiyo-ê, gravuras em madeiras, que influenciou artistas do impressionismo europeu como Van Gogh.



Com o fim do isolamento, no período Meiji (1868), houve um intenso contato com a cultura ocidental, os japoneses recebiam muitos livros, tecnologia e conhecimento de estrangeiros. As técnicas de pintura a óleo e carvão foram introduzidas pelos europeus. Okakura Kazuzo (Tenshin) fundou a Academia Japonesa de Artes Plásticas. No pós-guerra, os artistas japoneses foram influenciados pela pop-art norte-americana.

Aproveito para indicar um ilustrador que faz um trabalho fantástico: Makoto Aida é da geração 90, com uma arte crítica e reflexiva sobre o Japão atual. Sua estética é incrível. Confiram a ilustração Pilha de Corpos e um recorte dela abaixo:



Fico por aqui e até a próxima!

Referências:
Luyten, Sonia Bibe. O poder dos quadrinhos japoneses. São Paulo. Hedra. 2000,
Junior, José Augusto Dias/ Roubicek, Rafael. O Brilho de mil sóis. São Paulo, Ática.1994.
Filho, Fazoli Filho. Japão formando gerações. São Paulo. Letras & Letras. 1999.



Marcio. R. Gotland 
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