05/12/2009

Artigo: A Arte a favor da Corrente



Desde que a Arte Conceitual começou a ganhar força e a se firmar na contemporaneidade como uma arte deste tempo para este tempo, os conceitos e muitas vezes as idéias passaram a ter maior importância na produção dos artistas, muitos deles com uma arte provocativa e de enfrentamentos. Este posicionamento é visível desde Duchamp e continuou na forma como o Grupo Fluxus questionava os propósitos dos museus.
Entretanto, a arte contemporânea não é construída apenas de posicionamentos contrários e subversivos, há aqueles artistas que escolhem ir a favor da corrente, e decide seguir pelo viés do consumo e da indústria cultural. Um destes artistas é Takashi Murakami, o japonês que se assumiu um Otaku (Adolescente, típico do Japão, que fica em casa assistindo desenho animado e lendo mangás e que na Arte de Aida Makoto aparece como alienado e escravo do consumo).

Murakami
Aida
Murakami coloca como título de sua obra temas como “Superflat”, mas uma breve analise mostrará que sua produção não é apenas a “imagem pela imagem”. Sua arte colorida e aparentemente descompromissada não está livre de um pensamento crítico sobre a sociedade japonesa. Exemplo está em sua escultura “Hiropon” de 1997, em que leite jorra numa grande quantidade dos seios enormes de uma personagem no estilo dos mangás, como uma referência a mulher japonesa que tem como principal função social ser mãe segundo a Dr. Christine Greiner*.
Murakami expôs em 2003 no Rockefeller Center com o tema Reversed Double Helix e em frente ao prédio construiu uma escultura com personagens coloridos, com feições agradáveis e infantis que terminam por fazer parte de uma rede de produtos que o artista comercializa. E numa jogada de mestre desenhou uma linha de bolsas para a Vuitton que chegaram ao Brasil em versões originais e piratas e realizou o quase impossível: sua Arte pôde ser apreciada numa grande galeria como a Palais de tokyo e numa Bienal de Veneza e comprada nas lojas e bancas de camelôs no circuito do comercio popular.

* Dr. Christine Greiner no Curso 'A arte japonesa pós anos 90' em realização na Japan Foundation em São Paulo.



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