30/10/2013

M. Matiazi: A Autora Polivalente


Olá tripulantes, tudo bem?

Vou confessar que me sinto feliz hoje, e uma parte dessa felicidade vem do sucesso que o post de ontem, que fala sobre o processo criativo de uma das minhas ilustrações, alcançou. Mas, o assunto de hoje é outro e envolve ilustrar e escrever, sim, tudo junto. As pessoas tendem a admirar os ilustradores, afinal, eles dão vida a ideias ou conceitos nascidos da própria mente ou da imaginação de outros. Os escritores fazem o mesmo, embora sem todas as cores do primeiro.

Um dos sonhos dos escritores é encontrar um ilustrador com o qual sintonize a ponto de ampliar a revelação do universo que criou com seus escritos. E os ilustradores, por sua vez, necessitam de conceitos e ideias concretas para que suas ilustrações não fiquem superficiais.

Imagine então alguém que crie um universo através das letras e ainda ilustre aquilo que escreveu. Combinação perfeita não acha? Criadores polivalentes não são tão raros quanto parece. Eis diante de nós um exemplo: M. Matiazi, ou Marina Gimenes Matiazi, a entrevistada da semana!


Escritora, autora do livro Três, ela própria ilustra e dá cores aos seus personagens, conheçam um pouco mais sobre a autora na entrevista abaixo:

M.R.G: M. Matiazi, você é daquelas pessoas multitalentosas, escreve, inclusive com um livro publicado, e ilustra maravilhosamente bem. Como é escrever e ilustrar ao mesmo tempo?

M. Matiazi: Bem, primeiro agradeço, "maravilhosamente bem" é muita gentileza sua! Segundo, na minha história pessoal ilustrar e escrever nunca foram coisas separadas. Eu basicamente desenho para dar vida ao que eu crio, meu universo interno, e escrevo pelo mesmo motivo. Para minha "sorte" tenho afinidade com as duas artes, pois só com afinidade é que podemos evoluir, daí sim com muito treino e empenho pessoal. Tento ter foco, exercitar minhas falhas, me inspirar em quem faz seu trabalho melhor que eu (a lista é interminável!) e ao mesmo tempo tentar manter alguma liberdade, justamente para tentar encontrar quem sou eu e a forma como genuinamente me expresso. Ainda não encontrei um ideal e talvez jamais encontre, mas a gente se apaixona pela busca também. As histórias que estou tentando contar existem há mais de quinze anos. Infelizmente a maior parte do que produzi nesse tempo foi terrível e não ouso nem divulgar, mas é interessante ver o traço e o enredo amadurecendo juntos e junto comigo.

M.R.G: Fale sobre sua obra literária Três, livro que você publicou de forma tradicional, impressa. Do que trata o livro? Que mensagem pretende passar aos leitores através da vida dos personagens?


M. Matiazi: Três é uma história que é contada como uma lenda dentro das minhas outras histórias. É como um livro dentro de um livro, por isso é relativamente curto. É um triângulo amoroso místico e sombrio, cujas consequências vão muito além de corações partidos, digamos assim. A mensagem passada é basicamente que você pode desejar muito uma coisa e pode até consegui-la, mas vai ter que arcar as consequências. O livro é sobre cobiça, basicamente. Sobre cobiça e força de vontade, no seu pior sentido. Apesar do triângulo amoroso, amor não é realmente o foco no livro.

M.R.G: Você está publicando um livro de fantasia, capítulo à capítulo, através de um blog. Como é a experiência de publicar online?

M. Matiazi: Tem sido positiva por me obrigar a ter algo pronto toda semana e pelo desapego, pois, eu não vou poder ficar corrigindo infinitamente antes de publicar algo, mesmo que eu corrija depois, pois blog permite edições, graças a Deus! Um antigo vício que eu tive que abandonar para escrever o "Três" também. Já o feedback, como sempre, não é lá muito animador para ser sincera. Não é que não estejam gostando, mas eu não sei nem o que estão achando, porque os leitores não comentam nada! É diferente de baterem os olhos numa imagem e falarem "que bonito". Ler demanda tempo, alguma entrega ao ambiente ali proposto, e eu sei que na internet o pessoal quer que as coisas sejam rápidas: fast food mesmo. Então é difícil seduzi-los, sendo ainda tão desconhecida. Mas, como a ideia inicial é que a publicação online preceda um livro físico, o material está lá sendo preparado, com todo carinho, até que a história chegue ao ponto que precisa chegar. Está servindo a contento para a proposta. Se alguém quiser ler agora, ótimo, senão, ainda me serve!


A ilustração do jogo Aeterna Conflictus.

M.R.G: Sobre seu trabalho de ilustradora. Quais são suas principais referências? O que te inspira?

M. Matiazi: Minhas referências são tão variadas que eu não sei como fazer uma lista específica. Posso me apaixonar por uma técnica, por uma temática. Não tenho um foco único. Bato o olho numa arte, penso: "olha, acho que consigo fazer algo assim", mas na maioria das vezes descubro que não! Quer dizer, ainda não. Quando vou fazer meus desenhos mais realista eu procuro mais referências fotográficas, e como estou ainda numa busca interminável de qual técnica se enquadra melhor nas minhas mãos, eu basicamente vou tentando uma diferente a cada desenho. É, não parece muito profissional falar isso, mas é a verdade. A busca é incessante - e a insatisfação também. Alguns artistas que eu gosto: (Por favor, não me comparem com eles) Orpheelin, Marc Simonetti (França), Felix Avenier, Caroline Jamhour (Brasil), Sandara (Singapura), Serena Verde (Itália), Claire Hummel (EUA), Ursula Dorada (Brasil), Kerem Beyit (Turquia), etc. Recomendo que vão atrás de todos esses, são fantásticos. Menos do Felix: ele é louco!
M.R.G: Fale sobre sua formação, acadêmica, do cotidiano, das experiências na arte entre outras importantes para sua produção:


M. Matiazi: Eu sou Bacharel em Escultura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Apesar de fazer algum tempo que me formei, as aulas de desenho e croqui da faculdade foram essenciais para meu estilo meio rabiscado e minha técnica "corre que o modelo vivo vai se mexer". Eu sou meio estabanada, trabalho muito rápido e sei que devo isso à Belas Artes. Só não sei se isso é bom! No cotidiano, mantenho os estudos em dia com reprodução de modelos, não tem outra forma. Aprender a escrever se faz lendo muito e escrevendo muito e para aprender a desenhar, estar sempre observando, rabiscando, produzindo. Só se aprende a fazer arte fazendo.


Minha maior experiência editorial até o momento foi mesmo o meu próprio livro. Faço mais trabalhos particulares além de ter desenhos vinculados aos cursos de e-learning da empresa onde trabalhei em 2011. Já fiz alguns trabalhos para pessoas que infelizmente desistiram do sonho de publicar seus livros, Já fiz alguns trabalhos para pessoas que infelizmente desistiram do sonho de publicar seus livros, talvez pelo primeiro "não" que receberam, ou por outros motivos quaisquer. Não sei. Apenas lamento, porque ter seu trabalho nas mãos e seu universo dividido com outras mentes é um prazer indescritível. Estou trabalhando agora a parte gráfica de um futuro livro de RPG. Está sendo interessante.


M.R.G: Indique os links para quem quiser conhecer mais seu trabalho:

M. Matiazi: O livro Três está disponível para compra em três sites: Livraria Cultura, Amazon e o site da Biblioteca 24horas (Seven Systen International) que é a editora que o lançou. Procurar por Três de M. Matiazi. Ou entrar em contato direto comigo, ofereço desconto!

O segundo livro, "O Feiticeiro" está online no blog Crônicas de Elion: Crônicas de Elion

Portfólios de ilustração: 
Tumblr

M.R.G:  Uma frase para fechar a entrevista:

M. Matiazi: "Não se leve tão a sério, mas trabalhe com seriedade pelo que você ama."


Aos amigos que têm acompanhado e visitado o blog, peço que sigam, curtam e indique para os amigos.
Abraços e até o próximo post!
Marcio. R. Gotland 


Curtam minhas páginas no Facebook: MRGotlandArts e Ilustradores e Escritores
Sigam-me no Twitter: @MRGotlandArt
E façam uma visitinha ao meu Deviantart: mrgotland

 

Você poderá gostar de:

Entrevista exclusiva: Roe Mesquita e Lucy Fidelis

Comentários
0 Comentários

0 comentários:

Postar um comentário