14/03/2014

História do Desenho Parte 2: O Grotesco no Renascimento


Bom dia tripulantes, tudo bem?

Há alguns dias iniciamos esta série que trata da história do desenho, e neste caso, não se trata de uma diferenciação entre desenho e pintura, e sim, dos aspectos históricos, filosóficos, sociais e formais da representação do mundo, seja ela pintura, gravura, desenho ou em formas decorativas de objetos históricos.

Na primeira parte de série, falamos um pouco sobre a história do desenho na cultura japonesa, e teremos que voltar ao assunto em breve, para elucidar questões que ainda permanecem. No entanto, este post falará de um outro contexto: o Renascimento.

A Dança da Morte, gravura de Hans Holbein.

Para a cultura ocidental, na qual estamos inseridos, o Renascimento foi um momento ímpar para a evolução do pensamento, do racionalismo e do humanismo. Legamos nossos avanços a um gatilho imaginário disparado, provavelmente na Itália, no século XIV, dessa maneira, vemos no renascimento o homem rompendo com as características da "era das trevas", como pejorativamente denominamos a Idade Média, para entrar em uma era de otimismo. Artes como A Dama e o Arminho de Leonardo da Vinci; A Escola de Atenas de Rafael e o afresco da Capela Sistina de Michelangelo, cheio de figuras gregas travestidas de personagens cristãos reforça os aspectos positivos do periodo.

O Triunfo da Morte de Peter Bruegel.

Entretanto, tanto a literatura, como a pintura e o desenho transitaram no universo imaginário existente em torno da morte. O grotesco, o mórbido e o medonho foram explorados pelos artistas da época.

 As três Idades e a Morte de Baldung Grien, 1539.

"Um dos maiores mitos construídos em torno do Renascimento é de que foi um período otimista, alegre e solar, em oposição às "trevas" medievais." Diz Maria Berbara em artigo publicado na Revista de História da Biblioteca Nacional de Novembro de 2013 apresentando fatos que contribuíram para povoar "a literatura e as artes visuais de imagens tristes, mórbidas ou melancólicas, nas quais a morte e a velhice obscurecem a alegria de uma juventude breve demais."

 A Morte e a Donzela de Baldung Grien, 1518-20.

Hans Baldung ou Baldung Grien foi um pintor alemão do Renascimento, nascido em Schwäbisch Gmünd em 1484 e sua temática era o macabro e a morte, provavelmente influenciado pela Dança Macabra, um movimento artístico que começou no século XIV e que tinha a morte e suas meras vítimas, ou seja, todos os homens, sendo reis ou plebeus, como tema e que, provavelmente, teria surgido no teatro e se espalhado pela música, pintura e escultura.

 A Imagem da Morte, de Hans Holbein.

Para quem quer saber mais sobre como a morte, os seres malignos, o mal, o macabro e o feio foi retratado pela humanidade através da pintura e desenho, sugiro o livro A Historia da Feiura de Umberto Eco.

Agradeço de coração a todos os leitores e peço que continuem acompanhando esta série. Aguardo o comentário e peço para indicar o blog para seus amigos.



Marcio. R. Gotland 
Marcio. R. Gotland
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